Glossário Fisiologia


Esterno

ESTERNO 
 
É um osso chato, plano e ímpar. É um importante osso hematopoético. Apresenta 3 partes: manúbrio, corpo e processo xifóide.
 
Manúbrio
 
Face Anterior
 
Externa ou Peitoral
 
Lisa
 
Face Posterior
 
Interna ou Pleural
 
Côncava e Lisa
 
Borda Superior
 
Incisura Jugular
 
Incisuras Claviculares Direita e Esquerda
 
Borda Lateral
 
Apresenta uma incisura costal para a 1ª cartilagem costal e 1/2 para a 2ª
 
Borda Inferior
 
Articula-se com o corpo
 
Ângulo Esternal - entre o Manúbrio e o Corpo
 
Corpo
 
Face Externa: Anterior ou peitoral (plana)
 
Face Interna: Posterior ou pleural (côncava)
 
Borda Superior: Articula-se com o manúbrio
 
Borda Inferior: Articula-se como processo xifóide
 
Borda Lateral: 1/2 incisura costal para a 2ª cartilagem costal e incisuras costais para 3ª a 7ª cartilagem costal
 
Processo Xifóide
 
É fino e alongado. É a menor das três porções.
 
Forame do processo xifóide
 
O esterno articula-se com as clavículas e as cartilagens das sete primeiras costelas.
 
 
 
 
Fluxo Sanguíneo Nos Músculos Esqueléticos

FLUXO SANGUÍNEO NOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS E SUA REGULAÇÃO NO EXERCÍCIO
O exercício muito vigoroso é a condição mais estressante com que o sistema circulatório normal se defronta. Isto ocorre porque o fluxo sanguíneo nos músculos pode aumentar por mais de 20 vezes (aumento maior do que em qualquer outro tecido do organismo) e também por haver massa muscular esquelética muito grande no corpo. O produto desses dois fatores é tão grande que o fluxo sanguíneo muscular total em adultos jovens normais pode aumentar durante o exercício vigoroso do nível normal de menos de 1 l/min para até 20 l/min, nível suficientemente elevado para aumentar o débito cardíaco por até cinco vezes o normal e, em atletas bem treinados, até seis a sete vezes o normal.
 
INTENSIDADE DO FLUXO SANGUÍNEO PELOS MÚSCULOS
Durante o repouso, o fluxo sanguíneo pelos músculos esqueléticos é em média de 3 a 4 ml/min por 100 gramas de músculo. Entretanto, durante exercício extremo, essa intensidade pode aumentar por até 15 a 25 vezes, elevando-se para 50 a 80 ml por 100 g de músculo.
Fluxo intermitente durante a contração muscular. Um estudo das alterações do fluxo sanguíneo nos músculos da panturrilha da perna humana durante forte exercício muscular rítmico. Observe que o fluxo aumenta e diminui a cada contração muscular diminuindo durante a fase de contração e aumentando entre as contrações. Ao final das contrações rítmicas, o fluxo sanguíneo permanece muito alto por mais alguns segundos, mas depois cai gradativamente de volta ao normal durante os minutos seguintes.
A causa do menor fluxo durante a contração muscular é a compressão dos vasos sanguíneos pelo músculo contraído. Durante contração tetânica forte, que causa compressão prolongada dos vasos sanguíneos, o fluxo sanguíneo pode ser quase totalmente interrompido.
Abertura dos capilares musculares durante o exercício. Durante o repouso, apenas 20 a 25% dos capilares musculares têm sangue fluindo. Durante o exercício vigoroso, porém, todos os capilares se abrem. Essa abertura dos capilares até então inativos também diminui a distância pela qual o oxigênio e outros nutrientes têm de se difundir dos capilares até as fibras musculares, e proporciona grande aumento da área de superfície pela qual os nutrientes podem difundir-se a partir do sangue.
 
CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO PELOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
Regulação local. O enorme aumento do fluxo sanguíneo muscular que ocorre durante a atividade muscular esquelética é causado principalmente por efeitos locais nos músculos que agem diretamente sobre as arteríolas, causando vasodilatação.
Esse aumento local do fluxo sanguíneo durante a contração muscular é causado provavelmente por vários fatores diferentes atuando ao mesmo tempo. Um dos mais importantes desses fatores é a redução do oxigênio nos tecidos musculares. Isto é, durante sua atividade, os músculos utilizam oxigênio muito rapidamente, diminuindo, assim, a concentração de oxigênio nos líquidos teciduais. Isso, por sua vez, causa vasodilatação, seja porque as paredes dos vasos não podem manter a contração, na ausência de oxigênio ou porque a deficiência de oxigênio causa a liberação de substâncias vasodilatadoras. A substância vasodilatadora que foi amplamente sugerida em anos recentes foi a adenosina, mas os experimentos mostraram que nem mesmo grande quantidade de adenosina perfundida diretamente em artéria muscular pode causar vasodilatação prolongada nos músculos esqueléticos. Além disso mesmo após terem se tornada insensíveis aos efeitos vasodilatadores da adenosina, vasos sanguíneos musculares se dilatam totalmente em resposta à atividade muscular.
Outras substâncias vasodilatadoras liberadas durante a contração muscular incluem os íons potássio, acetilcolina, trifosfato de adenosina, ácido lático e dióxido de carbono. Infelizmente, não conhecemos a contribuição quantitativa dada por cada um deles no aumento do fluxo sanguíneo muscular durante a atividade muscular.
 
Controle nervoso do fluxo sanguíneo muscular. Além do mecanismo regulador tecidual local, os músculos esqueléticos também são providos de nervos simpáticos vasoconstritores e, em algumas espécies de animais, também de nervos simpáticos vasodilatadores.
Nervos simpáticos vasoconstritores. As fibras nervosas simpáticas vasoconstritoras secretam norepinefrina e, quando maximamente estimuladas, podem, talvez, reduzir o fluxo sanguíneo pelos músculos a metade até um quarto do normal. Isso constitui vaso-constrição muito fraca em comparação com a causada por nervos simpáticos em algumas outras áreas do corpo em que o fluxo sanguíneo pode ser quase que totalmente bloqueado. Entretanto, até mesmo esse grau de vasoconstrição tem importância fisiológica no choque circulatório e durante outros períodos de estresse, quando é desejável reduzir-se o fluxo sanguíneo pelos muitos músculos do corpo.
Além da norepinefrina secretada nas terminações nervosas simpáticas vasoconstritoras, a medula supra-renal secreta grande quantidade de norepinefrina e epinefrina adicionais no sangue circulante durante o exercício vigoroso. A norepinefrina circulante atua sobre os vasos musculares, causando efeito vasoconstritor semelhante ao causado pela estimulação nervosa simpática direta. A epinefrina, por outro lado, tem freqüentemente ligeiro efeito vasodilatador, pois ela excita os receptores beta dos vasos, que são receptores vasodilatadores, em contraste com os receptores vasoconstritores alfa, excitados pela norepinefrina. 
Fibras simpáticas vasodilatadoras. Em gatos e alguns outros animais inferiores, também há fibras simpáticas vasodilatadoras que secretam acetilcolina — esse hormônio, por sua vez, causa vasodilatação. Contudo, a ocorrência dessas fibras ainda não foi comprovada em seres humanos. Em vez disso, como foi dito antes, a epinefrina circulante da medula supra-renal, atuando nos receptores beta das arteríolas musculares, parece por vezes causar leve vasodilatação, e isso pode ter a mesma função que o sistema vasodilatador dos animais inferiores.
Hipertensão (pressão Arterial Elevada)

HIPERTENSÃO (PRESSÃO ARTERIAL ELEVADA) CAUSADA POR VOLUME EXCESSIVO DO LIQUIDO EXTRACELULAR
 
Quando se diz que uma pessoa tem hipertensão (ou "pressão arterial alta"), quer-se dizer que sua pressão arterial média está acima do limite superior aceito para a normalidade. Geralmente, a pressão arterial média acima de 110 mm Hg cm condições de repouso é considerada como sendo hipertensiva; esse nível ocorre normalmente quando a pressão diastólica está acima de 90 mm Hg e a pressão sistólica, acima de 135 a 140 mm Hg. Na hipertensão muito grave, a pressão arterial média pode elevar-se até 150 a 170 mm Hg, com pressões diastólicas de até 130 mm Hg e pressões arteriais sistólicas ocasionalmente de até 250 mm Hg. Até mesmo uma elevação moderada da pressão arterial leva à diminuição da expectativa de vida; com pressões muito altas - pressões arteriais médias 50% ou mais acima do normal —, o indivíduo pode esperar viver no máximo alguns anos mais. Os efeitos letais da hipertensão são causados principalmente de três maneiras: (1) A excessiva carga de trabalho sobre o coração leva ao desenvolvimento precoce de cardiopatias congestivas, cardiopatias coronárias ou ambas, causando freqüentemente a morte em conseqüência de ataque cardíaco.
 
(2) A pressão alta provoca freqüentemente a ruptura de um vaso sanguíneo de grande calibre no cérebro, seguida de coagulação do sangue e morte de partes importantes do cérebro, isto é, um infarto cerebral. Clinicamente isto é designado como "acidente vascular cerebral". Dependendo da parte do cérebro que é afetada, um acidente vascular cerebral pode causar paralisia, demência, cegueira ou muitas outras doenças cerebrais graves. (3) Pressão muito alta causa quase sempre múltiplas hemorragias nos rins, produzindo muitas áreas de destruição renal e, eventualmente, insuficiência renal, uremia e morte.
 
As lições aprendidas de um tipo de hipertensão denominada "hipertensão por sobrecarga de volume” foram fundamentais para a compreensão do papel do mecanismo rim-volume líquido corporal na regulação da pressão arterial. A hipertensão por sobrecarga de volume significa hipertensão causada pelo acúmulo excessivo de líquido extracelular no corpo, alguns exemplos da qual vêm a seguir.
Hipertensão experimental por sobrecarga de volume causada pela redução da massa renal juntamente com aumento simultâneo na ingestão de sal. Um experimento típico mostrando hipertensão por sobrecarga de volume num grupo de cães com remoção de 70% da massa renal. No primeiro ponto da curva marcado por um círculo, os dois pólos de um dos rins foram removidos, e, no segundo ponto, também marcado por círculo, todo o rim oposto foi removido, deixando os animais com apenas 30% da massa renal normal. Note que a remoção de toda essa massa aumentou a pressão arterial, em média, por apenas 6 mm Hg. Os cães tiveram, então, de beber solução salina, em vez de água normal. Como a solução salina não satisfaz a sede, os cães bebiam duas a quatro vezes o volume normal, e, em alguns dias, a pressão arterial média elevou-se por cerca de 40 mm Hg acima do normal. Após 2 semanas, deixou-se que os cães bebessem água pura, em vez de solução salina; a pressão voltou ao normal em 2 dias. Finalmente, ao término do experimento, os cães tiveram de beber solução salina de novo e, dessa vez, a pressão elevou-se muito mais rapidamente e até nível ainda mais alto, porque os cães já haviam aprendido a tolerar a solução salina e, portanto, ingeriram quantidade muito maior da mesma. Assim, esse experimento demonstra a hipertensão por sobrecarga de volume.
Considerando novamente os dois determinantes básicos da regulação da pressão arterial a longo prazo, o leitor pode compreender imediatamente por que ocorreu a hipertensão no experimento de sobrecarga de volume. Hm primeiro lugar, a redução da massa renal para 30% do normal reduziu muito a capacidade dos rins de excretar sal. Por esta razão, para continuar excretando sal no mesmo nível que antes, a pressão arterial tinha de aumentar, deslocando, assim, a curva de função renal para um nível de pressão arterial muito acima do normal.
 
Segundo, o nível de ingestão de sal e água aumentou para cinco a seis vezes o normal. Assim, ambos os determinantes principais da regulação da pressão arterial a longo prazo aumentaram, gerando uma combinação que levou a aumento muito grande da pressão arterial média.
As alterações seqüenciais da função circulatória durante o desenvolvimento da hipertensão por sobrecarga de volume. É particularmente instrutivo o estudo das alterações seqüenciais da função circulatória durante o desenvolvimento progressivo da hipertensão por sobrecarga de volume. Essas alterações seqüenciais. Aproximadamente 1 semana antes do ponto marcado como dia "0", a massa renal já havia sido reduzida para apenas 30% do normal. Nesse ponto, então, a ingestão de sal e água foi aumentada para cerca de seis vezes o normal. O efeito agudo foi o de aumentar para 20 a 40% acima do normal o volume do líquido extracelular, o volume sanguíneo e o débito cardíaco. Simultaneamente, a pressão arterial também começou a se elevar, mas, inicialmente, não na mesma medida dos volumes líquidos e do débito cardíaco. A razão disso pode ser percebida estudando-se a curva da resistência periférica total, que mostra diminuição inicial da resistência periférica total. Essa diminuição foi causada pelo mecanismo barorreceptor, discutido no capítulo anterior, tentando impedir a elevação da pressão. Entretanto, após alguns dias, os barroceptores se adaptaram (reajustaram-se) e não se opuseram mais à elevação da pressão. Nessa altura, a pressão arterial havia se elevado quase até seu ponto máximo devido ao aumento do débito cardíaco, embora a resistência periférica total ainda estivesse quase no nível normal.
 
Após terem ocorrido essas primeiras alterações agudas nas variáveis circulatórias, alterações secundárias mais prolongadas ocorreram durante os dias e semanas subseqüentes. Foi particularmente importante o aumento progressivo da resistência periférica total, ao mesmo tempo que o débito cardíaco reduziu-se quase ao normal. Múltiplos experimentos demonstraram que essas alterações foram quase certamente causadas sobretudo pelo mecanismo de auto-regulação a longo prazo que é, também, no início deste capítulo. Isto é, após o débito cardíaco ter-se elevado a um nível alto e ter dado origem à hipertensão, o fluxo sanguíneo excessivo pelos tecidos causou, então, a constrição progressiva das arteríolas locais, fazendo, assim, o débito cardíaco retornar quase ao normal, mas causando, simultaneamente, aumento secundário da resistência periférica.
Note também que o volume do líquido extracelular e o volume sanguíneo voltaram praticamente ao normal juntamente com a diminuição do débito cardíaco. Isso decorreu de dois fatores: em primeiro lugar, o aumento da resistência arteriolar diminuiu a pressão capilar, o que possibilitou que o líquido nos espaços teciduais fosse novamente absorvido pelo sangue. Segundo, a pressão arterial elevada fez com que os rins passassem a excretar o excesso de volume de líquido que havia se acumulado inicialmente no corpo.
 
Ilíaco (osso do quadril)

O membro inferior é especializado para sustentar o peso do corpo e a locomoção, a capacidade de mover-se de um lugar para outro e manter o equilíbrio, a condição de estar uniformemente balanceado. Os membros inferior são conectados ao tronco pelo cíngulo do membro inferior (ossos do quadril e sacro).
 
O esqueleto do membro inferior é formado pelos dois ossos do quadril, unidos na sínfise púbica e no sacro. O cíngulo do membro inferior e o sacro juntos formam a PELVE ÓSSEA.
 
O Ilíaco é um osso plano, chato, irregular, par e constituído pela fusão de três ossos:
 
Ílio - 2/3 superiores 
Ísquio - 1/3 inferior e posterior (mais resistente) 
Púbis - 1/3 inferior e anterior
 
O osso apresenta duas faces, quatro bordas e quatro ângulos.
 
Faces
 
Face Externa
 
Asa Ilíaca - linha glútea posterior, linha glútea anterior e linha glútea inferior 
Cavidade do Acetábulo - grande cavidade articular constituída pela união dos três ossos do quadril: ílio, ísquio e púbis. O acentábulo apresenta as seguintes estruturas: face semilunar, fossa do acetábulo e incisura do acetábulo 
Forame Obturatório - grande abertura arredondada localizada entre o ísquio e o púbis
 
Face Interna
 
Fossa Ilíaca - face grande, lisa e côncava 
Face Auricular 
Linha Arqueada - divide o ílio em corpo e asa
 
Bordas
 
Borda Superior
 
Crista Ilíaca - dividida em: lábio externo e interno e uma linha intermediária
 
Borda Anterior
 
Espinha Ilíaca Ântero-Superior 
Espinha Ilíaca Ântero-Inferior 
Eminência Iliopectínea - ponto de união do ílio com o púbis
 
Borda Posterior
 
Espinha Ilíaca Póstero-Superior 
Espinha Ilíaca Póstero-Inferior 
Incisura Isquiática Maior - superior à espinha isquiática 
Espinha Isquiática - eminência triangular fina e pontiaguda 
Incisura Isquiática Menor - inferior à espinha isquiática 
Túber Isquiático - grande saliência dilatada
 
Borda Inferior
 
Ramo do Isquiopúbico - união do ísquio com o púbis
 
Ângulos
 
Ântero-Superior: Espinha ilíaca ântero-superior 
Póstero-Superior: Espinha ilíaca póstero-superior 
Póstero Inferior: Túber isquiátco 
Ântero-Inferior: Púbis
 
O Ilíaco se articula com três ossos: sacro, fêmur e o ilíaco do lado oposto.
Imunidade Inata

O corpo humano tem a capacidade de resistir a quase todos os tipos de organismos ou toxinas que tendem a lesar seus tecidos e órgãos. Essa capacidade é denominada imunidade. Grande parte da imunidade se deve ao sistema imune especial formador de anticorpos e linfócitos ativados que atacam e destroem os microrganismos ou toxinas específicas. Esse tipo de imunidade é conhecido como imunidade adquirida. Outra parte da imunidade resulta mais de processos gerais do que de processos dirigidos para organismos patogênicos específicos. Trata-se da denomi¬nada imunidade inata. A imunidade inata abrange:
 
1. A fagocitose de bactérias e outros agentes invasores por leucócitos e células do sistema de macrófagos teciduais, conforme descrito no capítulo anterior.
 
2. Destruição de microrganismos deglutidos pelas secreções ácidas do estômago e pelas enzimas digestivas.
 
3. Resistência da pele à invasão por microrganismos.
 
4. Presença no sangue de certos compostos químicos que se fixam aos microrganismos estranhos ou às toxinas, destruindo-os. Alguns desses compostos incluem (1) a lisozima, um polissacarídio mucolítico que ataca bactérias e provoca sua dissolução; (2) polipeptidios básicos, que reagem com certos tipos de bactérias Gram-positivas, inativando-as; (3) o complexo do complemento que será descrito adiante, formado por cerca de 20 proteínas que podem ser ativadas de várias maneiras para destruir as bactérias; e (4) linfócitos citotóxicos naturais, capazes de reconhecer
e destruir células estranhas, células tumorais e até mesmo algumas células infectadas.
Essa imunidade inata torna o organismo humano resistente a diversas doenças, como algumas infecções virais paralíticas de animais, cólera porcina, peste do gado bovino e cinomose — doença virótica que mata grande percentagem dos cães acometidos. Por outro lado. os animais inferiores são resistentes ou totalmente imunes a muitas doenças huma¬nas, como poliomielite, caxumba, cólera humana, sarampo e sífilis, todas muito destrutivas ou até mesmo letais para o ser humano.
 
IMUNIDADE ADQUIRIDA
Além de sua imunidade inata, o corpo humano também tem a capacidade de desenvolver imunidade específica extremamente poderosa contra agentes invasores, como bactérias, vírus e toxinas letais e, até mesmo, contra tecidos estranhos de outros animais. Trata-se da denominada imunidade adquirida. O restante deste capítulo versará sobre esse meca¬nismo imune e algumas de suas reações associadas — em particular, as alergias.
A imunidade adquirida quase sempre pode conferir grau extremo de proteção. Por exemplo, certas toxinas, como a toxina paralítica botulí-nica ou a toxina tetânica, podem ter sua ação anulada em doses de até 100.000 vezes a quantidade que seria letal sem imunidade. Esta é a razão da suma importância do processo conhecido como "vacinação" para a proteção dos seres humanos contra doenças e toxinas, conforme será explicado no decorrer deste capítulo.
 
DOIS TIPOS BÁSICOS DE IMUNIDADE ADQUIRIDA
O organismo possui dois tipos básicos e estreitamente associados de imunidade adquirida. Em um deles, o organismo forma anticorpos circulantes, que são moléculas de globulina capazes de atacar o agente invasor. Esse tipo de imunidade é denominado imunidade humoral ou imunidade das células B. O segundo tipo de imunidade adquirida é obtido através da formação de grande número de linfócitos ativados, produzidos especificamente para destruir o agente estranho. Esse tipo de imunidade é denominado imunidade celular ou imunidade das células T.
Veremos, de modo resumido, que tanto os anticorpos quanto os linfócitos ativados são formados no tecido linfóide. Em primeiro lugar, consideraremos o desencadeamento, pelos antígenos, do processo imune.
 
ANTÍGENOS
Como a imunidade adquirida não ocorre até que haja uma primeira invasão por algum microrganismos ou toxina estranha, é evidente que o organismo deve dispor de algum mecanismo para reconhecer a invasão inicial. Cada toxina ou tipo de microrganismo contém quase sempre um ou mais compostos químicos específicos na sua estrutura que difere de todos os outros compostos. Em geral, trata-se de proteínas ou grandes polissacarídios, sendo eles que desencadeiam a imunidade adquirida. Essas substâncias são chamadas antígenos.
Para que uma substância seja antigênica, ela deve em geral possuir peso molecular elevado, da ordem de 8.000 ou mais. Além disso, o processo da antigenicidade depende habitualmente de grupos moleculares que se repetem de maneira regular, denominados epitopos, sobre a superfície da molécula principal, o que explica por que as proteínas e os grandes polissacarídios são quase sempre antigênicos, uma vez que ambos apresentam esse tipo de característica estereoquímica.
 
Haptenos. Embora as substâncias com pesos moleculares inferiores a 8.000 raramente atuem como antígenos, pode-se, entretanto, verificar o desenvolvimento de imunidade contra substâncias de baixo peso molecular de modo muito especial: se o composto de baixo peso molecular, que é denominado hapteno, combinar-se inicialmente com uma subs¬tância antigênica, como, por exemplo, uma proteína, a combinação pode¬rá desencadear uma resposta imune. Os anticorpos ou linfócitos sensibilizados que se desenvolvem contra essa combinação podem reagir, então, contra a proteína ou contra o hapteno. Por conseguinte, na segunda exposição a hapteno, alguns dos anticorpos ou dos linfócitos reagem contra ele antes que possa difundir-se pelo organismo e provocar lesão.
 
Os haptenos que desencadeiam esse tipo de resposta imune são geralmente medicamentos, constituintes químicos da poeira, produtos de degradação de caspa de animais, produtos degenerativos da pele descamada, diversas substâncias químicas industriais, toxina da urtiga etc.
 
FUNÇÃO DOS LINFÓCITOS NA IMUNIDADE ADQUIRIDA
A imunidade adquirida é o produto do sistema linfóide do organismo. Os indivíduos com deficiência genética de linfócitos, ou cujos linfócitos foram destruídos por irradiação ou substâncias químicas, não podem desenvolver qualquer imunidade adquirida. Quase imediatamen¬te após o nascimento, esses indivíduos morrem de infecção fulminante, a não ser que sejam tratados com medidas heróicas. Por conseguinte, é evidente que os linfócitos são essenciais para a vida do ser humano.
Os linfócitos localizam-se predominantemente nos linfonodos, mas também são encontrados em tecidos especiais, como o baço, áreas submu-cosas do tubo gastrintestinal e medula óssea. O tecido linfóide possui distribuição muito propícia no organismo para interceptar os microrga¬nismos invasores ou as toxinas antes que possam disseminar-se extensamente. Por exemplo, o tecido linfóide do tubo gastrintestinal fica imediatamente exposto a antígenos que o invadem. O tecido linfóide da garganta e da faringe (amígdalas e adenóides) está extremamente bem localizado para interceptar antígenos que penetram pelas vias respiratórias superiores. O tecido linfóide nos linfonodos é exposto a antígenos que invadem os tecidos periféricos do organismo. Por fim, o tecido linfóide do baço e da medula óssea desempenha a função específica de interceptar agentes antigênicos que conseguiram atingir o sangue circulante.
Os dois tipos de linfócitos que promovem, respectivamente, a Imunidade celular e a imunidade humoral — os linfócitos T e B. Apesar da semelhança da maioria dos linfócitos no tecido linfóide normal quando examinados ao microscópio, essas células são nitidamente divididas em duas grandes populações. Uma delas é responsável pela formação dos linfócitos ativados mediadores da imunidade humoral, enquanto a outra está envolvida na formação de anticorpos que proporcionam a imunidade humoral.
Ambos os tipos de linfócitos originam-se no embrião a partir de células-tronco hemopoéticas pluripotentes que se diferenciam e se tornam compromissadas para formar linfócitos. Os linfócitos formados eventualmente permanecem no tecido linfóide; todavia, antes de atingir esse estágio, sofrem maior diferenciação ou são "pré-processados" da seguinte maneira;
Os linfócitos destinados eventualmente a formar linfócitos ativados migram a princípio para o timo, onde sofrem pré-processamento, razão pela qual são denominados linfócitos T. São responsáveis pela imunidade celular.
 
A outra população de linfócitos — os destinados a produzir anticorpos — é pré-processada no fígado, durante a metade da vida fetal, e na medula óssea, ao final da vida fetal e após o nascimento. Todavia, essa população celular foi identificada pela primeira vez em aves, onde o pré-processamento ocorre na bolsa de Fabricius, estrutura não encon-trada em mamíferos. Por essa razão, esses linfócitos são denominados linfócitos B e são os responsáveis pela imunidade humoral.
 
PRÉ-PROCESSAMENTO DOS LINFÓCITOS T E B
Embora todos os linfócitos do organismo tenham sua origem em células-tronco compromissadas linfocíticas do embrião, essas células são, em si, incapazes de formar linfócitos ativados ou anticorpos. Para que possam formá-los, é necessário que sofram maior diferenciação em áreas adequadas de processamento no timo ou na área de processamento de células B.
Papel do timo no pré-processamento dos linfócitos T. A maior parte do pré-processamento dos linfócitos T no timo ocorre pouco antes do nascimento e durante alguns meses após o nascimento. Por conseguinte, depois desse período, a remoção do timo geralmente não compromete seriamente o sistema imune dos linfócitos T, necessário para a imunidade celular. Entretanto, a remoção do timo alguns meses antes do nascimento pode impedir por completo o desenvolvimento da imunidade celular. Como esse tipo de imunidade celular é principalmente responsável pela rejeição de órgãos transplantados, como o coração e os rins, pode-se transplantar órgãos com pouca probabilidade de rejeição caso o timo tenha sido removido do animal em tempo razoável antes de seu nascimento.
 
Hormônio tímico. Além do pré-processamento dos linfócitos T, alguns pesquisadores acreditam que o timo secreta um ou mais fatores estimulantes, coletivamente denominados hormônio tímico. Supostamente, esse hormônio circula pelos líquidos corporais c aumenta a ativi-dade dos linfócitos T que já saíram do timo e migraram para o tecido linfóide. Acredita-se que esse hormônio induza maior proliferação e aumento de atividade desses linfócitos. Por outro lado, pouco se sabe a respeito da natureza ou da função desse hormônio.
Papel da bolsa de Fabricius no pré-processamento dos linfócitos B nas aves. Durante a parte final da vida fetal, a bolsa de Fabricius pré-pro-cessa os linfócitos B e os prepara para a produção de anticorpos. Aqui também, esse pré-processamento prossegue por certo tempo após o nascimento. Nos mamíferos, acredita-se que as células B sejam pré-proces-sadas durante a metade da vida fetal no fígado e, posteriormente, na medula óssea.
Ovário

 
 
Ovário
 
As funções do Ovário, características, localização, funções, anatomia, produção de hormônios sexuais
 
Ovário: produção das células reprodutivas (óvulos)
 
O que é
 
O ovário é um órgão, pretencente ao sistema reprodutor feminino,  presente somente nas fêmeas, incluindo os seres humanos. É neste órgão que são produzidas as células reprodutivas ou óvulos.
 
Normalmente a mulher possui dois ovários, um de cada lado do útero, e estes, são ligados pelas trompas de Falópio.
 
Anatomia do ovário
 
Com relação a sua anatomia, eles possuem uma forma oval e aplanada, semelhante à de uma amêndoa. Cada ovário apresenta duas partes: uma interna e outra externa.
 
Na mulher adulta, a parte externa abriga uma grande quantidade de folículos de tamanhos diferentes, onde se encontram os óvulos.
 
A cada ciclo menstrual, um folículo é desenvolvido e uma grande quantidade de estrógeno começa a ser secretada. Neste momento o folículo passa a ser chamado de folículo de Graaf.
 
Produção de hormônios
 
Os ovários produzem hormônios (hormônios sexuais), que, junto com a hipófise, contribuem com o desenvolvimento das características específicas do sexo feminino, além disso, também possui a função de regular a menstruação.
 
A fecundação ocorre através da união do espermatozóide com o óvulo, geralmente, ainda na trompa de Falópio. Após isso, é formado o zigoto ou ovo.
Remodelagem Das Fibras "lentas"

Remodelagem das fibras "lentas" em corredores de maratona
 
Os músculos muito rápidos, de ação tipo mola, como o gastrocnêmio, só podem manter alto nível de força contrátil por períodos muito curtos de tempo de atividade contínua. Por conseguinte, os chamados músculos lentos, tais como o solear, são usados para as atividades prolongadas, tais como a corrida de maratona. Esses músculos não se hipertrofiam tanto como os músculos rápidos. Na verdade, eles são remodelados por outro modo. A atividade prolongada, por períodos de muitas horas a cada dia, causa, além de hipertrofia das fibras, de discreta a moderada, as seguintes alterações que aumentam a capacidade das fibras de utilizarem os nutrientes:
 
1. Aumento da mioglobina em cada fibra, para o transporte de oxigênio para as mitocôndrias.
 
2. Número muito aumentado de mitocôndrias para formar quantidades muito maiores de ATP.
 
3. Quantidades aumentadas de enzimas oxidativas nessas mitocôndrias para provocar maior intensidade do metabolismo oxidativo, o que aumenta ainda mais a produção de ATP.
 
4. Intenso crescimento de capilares no próprio músculo, resultando em menor espaçamento desses capilares por entre as fibras musculares, de modo que o oxigênio e outros nutrientes possam ser rápida e facilmente fornecidos durante os períodos prolongados de atividade.
 
Efeitos da desnervação muscular
 
Quando um músculo fica privado de sua inervação, ele deixa de receber os sinais contrateis necessários para manter suas dimensões normais. Como resultado, a atrofia começa quase imediatamente. Após cerca de 2 meses, começam a aparecer alterações degenerativas nas próprias fibras musculares. Se houver reinervação, ocorrerá restauração completa da função até, nas condições usuais, 3 meses; mas, após esse período, a capacidade de restauração funcional fica progressivamente menor, com perda definitiva de função após 1 a 2 anos.
Nas etapas finais da atrofia de desnervação, a maior parte das fibras musculares já está destruída e substituída por tecido fibroso e gorduroso. As fibras remanescentes são formadas por longa membrana celular, com fileira de núcleos de células musculares, mas desprovidas de propriedades
 
contráteis e sem capacidade de regeneração de miofibrilas, caso ocorra reinervação.
Infelizmente, o tecido fibroso que toma o lugar das fibras musculares durante a atrofia de desnervação apresenta tendência a se retrair durante muitos meses, o que é chamado de contratura. Por conseguinte, um dos mais importantes problemas na prática da fisioterapia é a de impedir que os músculos atróficos venham a desenvolver contraturas debilitantes e desfigurantes. Isso é conseguido pelo estiramento diário dos músculos ou pelo uso de aparelhos que mantenham os músculos estirados durante o processo da atrofia.
 
Recuperação da contração muscular na poliomielite: desenvolvimento de unidades macromotoras. Quando algumas fibras nervosas para um músculo são destruídas, com conservação de algumas, como ocorre freqüentemente na poliomielite, as, fibras remanescentes apresentam brotamentos de seus axônios que vão originar novos ramos axônicos, que, por sua vez, vão formar muitas ramificações novas, que, em seguida, inervam muitas das fibras musculares paralisadas. Disso resulta a formação de unidades motoras muito grandes, chamadas de unidades macromo¬toras, que chegam a conter número de fibras musculares cinco vezes maior que o número normal para cada motoneurônio da medula espinhal. Isso, obviamente, reduz a precisão do controle que deve existir sobre os músculos, mas, não obstante, permite que os músculos readquiram sua força.
 
RIGOR MORTIS
Várias horas após a morte, todos os músculos do corpo passam para um estado de contratura que é chamado de rigor mortis; isto é, o músculo se contrai e fica rígido, mesmo sem potenciais de ação. Essa rigidez é causada pela perda total de ATP, que é necessário para a separação das pontes cruzadas dos filamentos de actina durante o processo de relaxamento. Os músculos permanecem em rigor até que as proteínas musculares sejam destruídas, o que, em geral, é causado por autólise por enzimas liberadas dos lisossomas, cerca de 15 a 25 horas após a morte; esse processo é mais rápido nas temperaturas elevadas.
 
Sensações Somáticas

Os sentidos somáticos são os mecanismos nervosos que cole-tam as informações sensonais provenientes do corpo. Esses sentidos diferem dos chamados sentidos especiais, que se referem, especificamente, a visão, audição, olfação, gustação e equilíbrio.
 
CLASSIFICAÇÃO DOS SENTIDOS SOMÁTICOS
Os sentidos somáticos podem ser classificados em três dife¬rentes tipos fisiológicos: (1) Os sentidos somáticos mecanorrecepúvos, que incluem as sensações táteis e de posição, que são sensações estimuladas por deslocamento mecânico de alguns tecidos corporais, (2) os sentidos termorreceptivos, que detectam calor e frio, e (3) o sentido da dor, que é ativado por qualquer fator capaz de levar à lesão tecidual. Neste capítulo, vamos discutir os sentidos mecanorreceptivos táteis e de posição e, no capítulo seguinte, serão discutidos os sentidos termorreceptivo e doloroso.
Os sentidos táteis incluem os sentidos de toque, pressão, vibração e cócegas, e os sentidos de posição incluem os sentidos de posição estática e de velocidade de movimento. Outras classificações das sensações somáticas. Muitas vezes, as sensações somáticas são grupadas a outras classes de sensações que não são necessariamente mutuamente exclusivas, como se segue.
Sensações exterorreceptivas são as provenientes da superfície corporal . Sensações propriocepúvas são as relacionadas ao estado físico corporal, estando aí incluídas as sensações de posição, as sensações dos músculos e tendões, as sensações de pressão provenientes de áreas profundas dos pés e até mesmo a sensação de equilíbrio, que é geralmente conside¬rada como sensação "especial", em lugar de sensação somática.
Sensações viscerais são as provenientes das vísceras corporais. Em geral, a utilização deste termo se refere especificamente às sensações provenientes dos órgãos internos.
As sensações profundas são as provenientes dos tecidos profundos, tais como faseias, músculos, ossos, e outras. Nessas sensações estão incluídas, principalmente, a pressão "profunda", a dor e a vibração.
 
DETECÇÃO E TRANSMISSÃO DAS SENSAÇÕES TÁTEIS
Inter-relação entre as sensações táteis de toque, pressão e vibração. Apesar de serem freqüentemente classificadas como sensações distintas, tanto o toque como a pressão e a vibração são detectados pelos mesmos tipos de receptores. Entre essas sensações só há três diferenças: (1) a sensação de toque resulta da estimulação de receptores táteis localizados na pele ou em tecidos imediatamente abaixo dela; (2) a sensação de pressão resulta geralmente da estimulação de tecidos mais profundos; (3) a sensação de vibração resulta de sinais sensoriais rapidamente repetitivos, mas são utilizados alguns dos mesmos tipos de recep¬tores usados para a detecção de toque e pressão - especificamente os receptores que se adaptam muito rapidamente.
Os receptores táteis. São conhecidos pelo menos seis tipos inteiramente diferentes de receptores táteis, mas há muitos outros tipos semelhantes a eles. Alguns desses receptores foram ilustra¬dos na Fig. 46.1, e suas características especiais são as seguintes:
 
Primeiro, as terminações nervosas livres, que são encontradas em toda a pele e em muitos outros tecidos, podem detectar toque e pressão. Como exemplo, podemos citar as sensações de toque c pressão provocadas pelo contato suave com a córnea do olho, apesar dessa estrutura não ter outras terminações nervosas além das terminações nervosas livres.
 
Segundo, um receptor de toque de sensibilidade especial é o corpúsculo de Meissner, uma terminação nervosa encapsulada alongada que excita uma fibra nervosa sensorial de grande diâmetro (tipo A/3). Dentro da cápsula há várias espirais de filamentos nervosos terminais. Esses receptores estão presentes na pele que não possui pêlos (a chamada pele glabra) e são particularmente abundantes nas pontas dos dedos, nos lábios e em outras áreas da pele onde está altamente desenvolvida a capacidade de discer¬nir as características espaciais das sensações de toque. Os corpúsculos de Meissner se adaptam em fração de segundo após serem estimulados, o que indica que são particularmente sensíveis ao movimento de objetos muito leves sobre a superfície da pele e, também, a vibrações de baixa freqüência.
 
Terceiro, a ponta dos dedos e outras áreas que contêm os corpúsculos de Meissner também contêm grande número de receptores táteis de ponta expandida, o tipo a que pertencem os discos de Merkel. A parte pilosa da pele também contém uma quantidade moderada de receptores de ponta expandida, apesar de praticamente não serem encontrados nesses locais os corpúsculos de Meissner. Esses receptores diferem dos corpúsculos de Meissner pelo fato de transmitirem um sinal inicialmente forte, mas que se adapta parcialmente, ao qual se segue um sinal contínuo mais fraco, de adaptação muito lenta. Por isso, eles são responsáveis pelo fornecimento de sinais de situações estacionárias, que permitem a detecção do toque conti¬nuado de objetos sobre a pele. Os discos de Merkel se grupam formando um só órgão receptor, denominado receptor de cúpula que se projeta para cima, contra a face interna do epitélio da pele. Isso faz com que, nesse ponto, o epitélio se projete para fora, criando, então, uma cúpula, e constituindo um receptor extremamente sensível. Note, também, que todo o grupo de discos de Merkel é inervado por uma só fibra nervosa, do tipo mielínica, de grande diâmetro (tipo A/3). Esses receptores, junto com os corpúsculos de Meissner discutidos acima, têm papéis extremamente importantes na localização das sensações de toque sobre áreas superficiais especí¬ficas do corpo, bem como na determinação da textura do que está sendo sentido.
 
Quarto, o movimento suave de qualquer pêlo do corpo esti¬mula a fibra nervosa que está entrelaçada em sua base. Assim, cada pêlo tem sua fibra nervosa basal, denominada órgão piloso terminal, que também é um receptor de toque. Esse receptor se adapta facilmente e, da mesma forma que os corpúsculos de Meissner, detecta principalmente os movimentos de objetos sobre a superfície corporal, ou o contato inicial com o corpo.
 
Quinto, localizados nas camadas mais profundas da pele e também nos tecidos mais profundos estão os órgãos terminais de Ruffini, que são terminações encapsuladas e com muitas ramificações, conforme ilustrado no capítulo anterior. Essas termina¬ções se adaptam muito pouco e, por isso, são importantes para a detecção de estados de deformação continuada da pele e dos tecidos mais profundos, tais como os sinais de toque e de pressão mais fortes e contínuos. Eles também estão localizados nas cápsulas articulares e ajudam a sinalizar o grau de rotação da articulação.
 
Sexto, os corpúsculos de Pacini, que se situam imediatamente abaixo da pele e também em regiões mais profundas, nas faseias teciduais do corpo. Eles só são estimulados por movimentos muito rápidos dos tecidos, pois se adaptam em centésimos de segundo. Por isso, eles são particularmente importantes para a detecção da vibração dos tecidos ou de outras modificações extremamente rápidas do estado mecânico tecidual.
Transmissão das sensações táteis nas fibras nervosas perifé¬ricas. Quase todos os receptores sensoriais especializados, tais como os corpúsculos de Meissner, receptores de cúpula de Iggo, receptores pilosos, corpúsculos de Pacini e terminações de Ruffini transmitem seus sinais pelas fibras nervosas do tipo A/3, que têm velocidade de condução entre 30 e 70 m/s. Por outro lado, as terminações nervosas livres.
 
DETECÇÃO DA VIBRAÇÃO
Todos os diferentes receptores táteis estão envolvidos na detecção da vibração, apesar dos diferentes receptores serem sensíveis a diferentes freqüências de vibração. Corpúsculos de Pacini são capazes de sinalizar vibrações na faixa entre 30 e 800 ciclos/s porque eles respondem de forma extremamente rápida a deformações teciduais pequenas e rápidas e, além disso, transmitem seus sinais via fibras nervosas do tipo A/3, que são capazes de transmitir mais de 1.000 impulsos por segundo.
Por outro lado, vibrações de baixa freqüência, até 80 ciclos/s, estimulam outros receptores táteis, especialmente os corpúsculos de Meissner, que se adaptam menos rapidamente que os corpúsculos de Pacini.
 
PRURIDO E CÓCEGA
Estudos neurofisiológicos recentes demonstraram a existência de terminações nervosas livres mecanorreceptivas de alta sen¬sibilidade e adaptação muito rápida, que só informam as sensações de prurido e cócega. Além disso, essas terminações são encontradas quase exclusivamente nas camadas superficiais da pele, que é, também, o único tecido em que as sensações de prurido e cócegas podem ser detectadas. Essas sensações são transmitidas por fibras nervosas amielínicas finas, do tipo C, semelhantes às que transmitem as sensações de dor do tipo lenta.
O objetivo da sensação de prurido é chamar a atenção para estímulos superficiais médios, tais como o se arrastar de uma pulga sobre a pele ou a picada de uma mosca, e os sinais gerados por esses estímulos excitam o reflexo de coçar ou outras manobras que afastem o hospedeiro do fator de irritação.
O prurido pode ser eliminado pelo ato de se coçar, se isso remover o agente irritante ou se o ato de se coçar é suficiente para provocar a sensação de dor. Acredita-se que os sinais de dor são capazes de suprimir os sinais de prurido na medula espi¬nhal, pelo processo de inibição lateral.
 
AS DUAS VIAS SENSORIAIS PARA A TRANSMISSÃO DOS SINAIS SOMÁTICOS EM DIREÇÃO AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Quase todas as informações sensoriais com origem nos seg¬mentos corporais entram na medula espinhal pelas raízes dorsais dos nervos espinhais (com exceção de umas poucas fibras muito finas, cuja importância é questionada, que entram pelas raízes ventrais). Entretanto, a partir do ponto de entrada na medula espinhal, os sinais sensoriais são transmitidos em direção ao cére¬bro por uma das duas vias sensoriais existentes: (1) o sistema coluna dorsal-lemnisco medial e (2) o sistema ântero-lateral. A partir do tálamo, parte dos dois sistemas volta a caminhar junto.
O sistema coluna dorsal-lemnisco medial, como o próprio nome indica, conduz os sinais principalmente pelas colunas dorsais da medula espinhal e, então, após cruzar para o lado oposto ao nível do bulbo, dirige-se para o tálamo através do tronco cerebral, por meio do lemnisco medial. Por outro lado, os sinais que utilizam o sistema ântero-lateral, após se originarem nas pontas dorsais da substância cinzenta espinhal, cruzam para o lado oposto na medula e ascendem, pelas colunas brancas lateral c anterior, para terminar em todos os níveis do tronco cerebral e, também, no tálamo.
O sistema coluna dorsal-lemnísco medial é composto de fi¬bras nervosas mielínicas de grande diâmetro, que conduzem sinais para o cérebro com velocidade entre 30 e 110 m/s, enquanto o sistema ântero-lateral é composto de fibras mielínicas muito mais finas (diâmetro médio de 4 µm) que conduzem sinais com velocidades que variam entre uns poucos metros por segundo até 40 m/s.
Outra diferença entre os dois sistemas é que o sistema coluna dorsal-lemnisco medial tem grau muito alto de orientação espacial de suas fibras nervosas, no que diz respeito à sua origem na superfície corporal, enquanto a orientação espacial das fibras no sistema ântero-lateral é muito menor.
Essas diferenças caracterizam imediatamente os tipos de informação sensorial que podem ser transmitidos pelos dois sistemas. Isto é, a informação sensorial que precisa ser transmitida rapidamente e com grande fidelidade temporal e espacial - é transmitida pelo sistema coluna dorsal-lemnisco medial, enquan¬to a que não necessita ser transmitida rapidamente, ou que não precisa de grande fidelidade espacial, é transmitida principalmente pelo sistema ântero-lateral. Por outro lado, o sistema ântero-lateral tem uma propriedade especial que o sistema coluna dorsal-lemnisco medial não tem: a capacidade de transmitir amplo espectro de modalidades sensoriais - dor, calor, frio e sensações táteis grosseiras. O sistema dorsal é limitado apenas aos tipos de sensações mecanorreceptivas mais discretas.
Tendo em mente essa diferenciação, podemos, agora, apresentar os diferentes tipos de sensações transmitidos pelos dois sistemas:
 
O sistema coluna dorsal-lemnisco medial
1. Sensações de toque que necessitam de alto grau de localização do estímulo.
2. Sensações de toque que requerem transmissão de grada¬ções de intensidade muito acuradas.
3. Sensações fásicas, tais como as sensações vibratórias.
4. Sensações que informam sobre os movimentos sobre a pele.
5. Sensações de posição.
6. Sensações de pressão nas quais é necessário julgamento acurado da intensidade da pressão.
 
O sistema ântero-lateral
1. Dor.
2. Sensações térmicas, incluindo tanto as sensações de calor como as de frio.
3. Sensações de toque e pressão grosseiros, que permitem localização apenas grosseira sobre a superfície corporal.
4. Sensações de prurido e de cócegas.
5. Sensações sexuais.
 
Sistema Digestivo

SISTEMA DIGESTIVO
 
Características 
O tubo digestivo apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. A parede do tubo digestivo tem a mesma estrutura da boca ao ânus, sendo formada por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia.
Os dentes e a língua preparam o alimento para a digestão, por meio da mastigação, os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas. A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: doce, azedo, salgado e amargo.
A presença de alimento na boca, como sua visão e cheiro, estimula as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias.
 
Saliva e peristaltismo
A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). O sais, na saliva, neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH levemente ácido (6, 7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura ao lado), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estômago.
 
GLÂNDULAS SALIVARES
 
Saliva 
A presença de alimento na cavidade bucal, bem como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que é um líquido levemente alcalino, uma solução aquosa, de consistência viscosa, que umedece a boca, amolece a comida e contribui para realizar a digestão.
A saliva contém a ptialina ou amilase salivar. Na cavidade bucal, a ptialina atua sobre o amido transformando-o em moléculas menos complexas. Três partes de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal; parótida, submandibular e sublingual:
Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. 
Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do soalho da boca.
 
ESTÔMAGO
 
Estômago e suco gástrico 
No estômago, o alimento é misturado com a secreção estomacal, o suco gástrico (solução rica em ácido clorídrico e em enzimas (pepsina e renina).
A pepsina decompõem as proteínas em peptídeos pequenos. A renina, produzida em grande quantidade no estômago de recém-nascidos, separa o leite em frações líquidas e sólidas.
Apesar de estarem protegidas por uma densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. O estômago produz cerca de três litros de suco gástrico por dia. O alimento pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e se mistura ao suco gástrico auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal. O bolo alimentar transforma-se em uma massa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a parte mais importante da digestão.
 
Intestino delgado, suco pancreático e bile 
O intestino delgado é dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo. A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado, que apesar de não conter enzimas, tem a importante função, entre outras, de transformar gorduras em gotículas microscópicas.
 
INTESTINO DELGADO
 
Características 
No intestino delgado ocorre a parte mais importante da digestão e é absorvida a maior parte dos nutrientes. O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). 
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, a abertura da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.
Movimentos peristálticos 
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, movimentam o alimento, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bílis, enzimas e outras secreções. Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino, passam ao fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo.
 
 
Superfície interna
A superfície interna, ou mucosa, do intestino delgado, apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas microscópicas denominadas microvilosidades.
 
PÂNCREAS
 
Características 
O pâncreas é uma glândula digestiva de secreção interna e externa, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgão estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino.
 
Pâncreas Exócrino 
O pâncreas exócrino secreta enzimas digestivas, reunidas em estruturas denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos, por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão.
Pâncreas Endócrino 
Secreta os hormônios insulina (quando não é produzida em quantidade suficiente, dá origem a diabetes) e glucagon (hormônio com a regulação dos níveis de açúcar no sangue), reunidas em estruturas denominadas Ilhotas de Langerhans, cujas células beta secretam a insulina e as células alfa secretam o glucagon. Os hormônios produzidos nas ilhotas de Langerhans caem diretamente nos vasos sangüíneos pancreáticos.
Doenças 
O pâncreas pode ser atingido por inflamação (pancreatite), por tumores, cálculos, cistos e pseudocistos (bolsas líquidas, geralmente conseqüentes a traumatismo); algumas dessas alterações desempenham importante papel na gênese do diabete.
 
FIGADO
 
Características
O fígado é o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as víceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto e na mulher adulta, entre 1,2 e 1,4 kg, tem a cor vermelha-amarronzada, é friável e frágil, tem a superfície lisa, recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.
 
Funções do Fígado 
Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação da lipase;
Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação; 
Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
 
Tecido Hepático 
É possível perder cerca de 75% deste tecido (por doença ou intervenção cirúrgica), sem que ele pare de funcionar. O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bílis segregada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bílis, que descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros hormônios.
O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias, como as enzimas. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado, como a cirrose.
 
As doenças do fígado consistem em: 
Afecções inflamatórias agudas: difusas (hepatite) ou circunscritas (abscesso); 
Afecções caracterizadas principalmente por esclerose (cirroses); 
Afecções tumoriais (câncer do fígado, primitivo ou secundário);
Comprometimentos hepáticos no decorrer de afecções cardiovasculares (fígado cardíaco); 
Localizações hepáticas de diversas doenças gerais (cisto hidático).
 
Hormônios
 
Durante a digestão, ocorre a formação de certos hormônios. Veja na tabela abaixo, os principais hormônios relacionados à digestão:
 
Hormônio Local de produção Órgão-alvo Função 
Gastrina
Estômago Estômago Estimula a produção de suco gástrico 
Secretina Intestino
 
Pâncreas
Estimula a liberação de bicarbonato 
Colecistoquinina Intestino Pâncreas e 
vesícula biliar Estimula a liberação de bile pela vesícula e a liberação de enzimas pelo pâncreas. 
Enterogastrona Intestino Estômago  Inibe o peristaltismo estomacal
 
Absorção de nutrientes no intestino delgado
 
O álcool etílico, alguns sais e a água, podem ser absorvidos diretamente no estômago. A maioria dos nutrientes são absorvidos pela mucosa do intestino delgado, de onde passa para a corrente sanguínea. 
Aminoácidos e açúcares atravessam as células do revestimento intestinal e passam para o sangue, que se encarrega de distribuí-los a todas as células do corpo. O glicerol e os ácidos graxos resultantes da digestão de lipídios são absorvidos pelas células intestinais, onde são convertidos em lipídios e agrupados, formando pequenos grãos, que são secretados nos vasos linfáticos das vilosidades intestinais, atingindo a corrente sanguínea. 
Depois de uma refeição rica em gorduras, o sangue fica com aparência leitosa, devido ao grande número de gotículas de lipídios. Após um refeição rica em açúcares, a glicose em excesso presente no sangue é absorvida pelas células hepáticas e transformada em glicogênio e sendo convertida em glicose novamente assim que a taxa de glicose no sangue cai.
 
Absorção de água e de sais
Os restos de uma refeição levam cerca de nove horas para chegar ao intestino grosso, onde permanece por três dias aproximadamente. Durante este período, parte da água e sais é absorvida. Na região final do cólon, a massa fecal (ou de resíduos), se solidifica, transformando-se em fezes. Cerca de 30% da parte sólida das fezes é constituída por bactérias vivas e mortas e os 70% são constituídos por sais, muco, fibras, celulose e outros não digeridos. A cor e estrutura das fezes é devido à presença de pigmentos provenientes da bile.
 
INTESTINO GROSSO
 
Características 
O intestino grosso tem um importante trabalho na absorção da água (o que determina a consistência do bolo fecal). Mede cerca de 1,5 m de comprimento
Ele divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. Uma parte importante do ceco é o apêndice vermiforme vestigial, com cerca de 8 cm de comprimento, cuja posição se altera com freqüência. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal.
Alimentos no Intestino Grosso
Os alimentos e materiais de secreção atravessam o intestino movidos por contrações rítmicas ou movimentos peristálticos de seus músculos, que se produz 7 vezes por minuto. O intestino grosso não possui vilosidades nem segrega sucos digestivos, normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis.
 
Entretanto, todas as substâncias alimentícias podem ser assimiladas, como no intestino delgado. Como o intestino grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que são evacuados.
Bactérias (Simbiose) 
Numerosas bactérias vivem em simbiose no intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
 
DISTÚRBIOS
 
Infecções intestinais
Alimentos e água que ingerimos podem estar contaminados com vírus ou bactérias patogênicas. Alguns podem sobreviver e se multiplicar no aparelho digestivo, causando infecções. Alguns vírus causam, na mucosa do estômago e do intestino, inflamações denominadas gastrenterites, cujos principais sintomas são dor de barriga, diarréia e náuseas.
Bactérias do grupo das salmonelas (freqüentes em carne de frango e em ovos mal cozidos), podem se instalar no intestino e causar dores abdominais intensas, diarréias e febre. Pessoas saudáveis se recuperam em poucos dias, mas crianças e pessoas idosas podem morrer se não receberem cuidados médicos adequados.
A cólera e a febre tifóide causam epidemias com altos índices de mortalidade em conseqüência da desidratação e a perda de sais minerais, decorrentes da diarréia. O tratamento é feito com antibióticos e o doente deve ingerir muita água fresca e soluções salinas. 
Vômito
Quando comemos ou bebemos demais ou a comida ingerida está deteriorada, o encéfalo põe em ação um sistema de emergência para eliminar o conteúdo estomacal: o vômito. Contrações da musculatura abdominal pressionam o estômago, fazendo com que o conteúdo estomacal suba pelo esôfago, saindo pela boca. O gosto ácido característico do vômito é decorrente do suco gástrico que está misturado ao alimento. 
Diarréia
É um processo em que a pessoa defeca várias vezes em um curto intervalo de tempo, devido ao aumento dos movimentos peristálticos intestinais. A diarréia leva a rápida eliminação do conteúdo intestinal e pode ocorrer devido a ingestão de alimento deteriorado, por nervosismo ou por alergia a certos tipos de alimentos, entre outras causas. O trânsito intestinal acelerado não dá o tempo necessário à absorção normal da água, resultando em fezes aquosas, podendo levar a desidratação.
Constipação intestinal (ou prisão de ventre)
Ao contrário da diarréia, os movimentos peristálticos estão diminuídos. A causa mais freqüente é a alimentação inadequada, com poucas fibras vegetais. A massa fecal se resseca, devido a sua permanência prolongada no intestino grosso, dificultando a defecação. A prisão de ventre pode ser aliviada pela ingestão de alimentos ricos em fibras não-digeríveis, que aumentam o volume da massa alimentar, estimulando o peristaltismo e a maior velocidade do trânsito intestinal.
Apendicite
Apendicite é uma inflamação do apêndice ileocecal, em forma crônica ou aguda. Esta última manifesta-se por dores agudas na fossa ilíaca direita, mais exatamente no chamado ponto de McBurney. 
O Apêndice mede cerca de 8 cm de comprimento por 4 a 8 cm de diâmetro. Sua posição com relação ao ceco varia muito de indivíduo para indivíduo. Em geral, ele se projeta sobre a parede abdominal na altura do ponto de McBurney. O interior do apêndice é revestido por um tecido linfóide semelhante ao das amígdalas.
Ocasionalmente, restos de alimentos ficam retidos na cavidade interna do apêndice cecal, o que pode levar à sua inflamação, causando dores intensas. Sem tratamento, a infecção acaba destruindo a parede, causando uma peritonite, que é a inflamação da membrana que recobre a cavidade abdominal e os órgãos nela contidos. 
O tratamento é feito através da remoção cirúrgica do apêndice inflamado.Na figura acima, verifica-se um apêndice inflamado após sua extirpação cirúrgica. Se este apêndice perfurasse, é provável que a infecção se estendesse a toda cavidade abdominal, provocando uma peritonite. 
Úlceras pépticas
Áreas extensas da parede do tubo digestivo podem ser lesadas pela ação de sucos digestivos, originando feridas (as úlceras pépticas). Ocorrem principalmente no duodeno, no estômago e na porção inferior do esôfago. Quando uma úlcera se aprofunda e atinge a camada muscular há lesão de vasos sanguíneos, o que provoca hemorragias. A lesão pode perfurar toda a parede do tubo digestivo (a úlcera perfurada). Através da qual, bactérias podem atingir a cavidade abdominal, causando inflamação da membrana que envolve as vísceras, o peritônio (peritonite), que pode levar a morte. As úlceras podem ser tratadas com medicamentos que diminuem a acidez estomacal e facilitam a cicatrização. No caso de áreas ulceradas muito extensas, pode ser necessária a remoção cirúrgica da parte lesada.
Distúrbios hepáticos
Um dos constituintes da bile é o colesterol, substância insolúvel em água, mas que, combinada aos sais biliares, forma pequenos agregados solúveis. Em certas condições, no entanto, o colesterol pode se tornar insolúvel, formando pequenos grãos no interior da vesícula biliar; são os cálculos vesiculares (as "pedras na vesícula"). Os cálculos podem bloquear a saída da bile ou percorrer o conduto biliar, causando sensações dolorosas. A concentração de colesterol na bile depende da quantidade de lipídios na dieta. Pessoas que se alimentam de comida muito gordurosa tem maiores chances de desenvolver pedras na vesícula biliar.
 
VESÍCULA BILIAR
 
Características 
A vesícula biliar é um saco membranoso, em forma de pêra, e é um reservatório alongado, situado na face inferior do fígado (lado direito). É um órgão muscular em que se acumula a bile no intervalo das digestões (até 50 cm3), a bile é produzida pelo fígado, passa pela vesícula biliar através de um pequeno tubo chamado ducto cístico. Os tecidos que constituem as paredes musculares da vesícula biliar concentram a bile, absorvendo grande parte da sua água e mantêm-na recolhida até o início do processo de digestão. 
Quando estimulada, a vesícula biliar contrai-se e manda a bílis concentrada através do ducto biliar até o intestino delgado, auxiliando a digestão. 
A afecção mais freqüente da vesícula biliar é a presença de cálculos que ocorrem devido à existência de quantidades excessivas de cálcio e colesterol na bílis.
 
Pancreatite
Em situações anormais, o pâncreas pode reter suco pancreático, que ataca suas próprias células. O resultado pode ser uma inflamação do pâncreas (a pancreatite), muitas vezes fatal. A pancreatite pode ser causada por bloqueios do canal de eliminação do suco pancreático ou por alcoolismo.
Câncer de colo intestinal
Nos países desenvolvidos, esse é um dos casos mais comuns de câncer. Está relacionada com dietas alimentares pobres em fibras. Na falta de fibras, o peristaltismo é mais lento, a mucosa intestinal fica mais tempo em contato com eventuais substâncias cancerígenas presentes nos alimentos.
Flora intestinal
No intestino grosso proliferam diversos tipos de bactérias, muitas mantendo relações amistosas, produzindo as vitaminas K e B12, riboflavina, tiamina, em troca do abrigo e alimento de nosso intestino. Essas bactérias úteis constituem nossa flora intestinal e evitam a proliferação de bactérias patogênicas que poderiam causar doenças.
 
Sistema Nervoso Periférico

SISTEMA  NERVOSO  PERIFÉRICO  
 
O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos, que são representantes dos axônios (fibras motoras) ou dos dendritos (fibras sensitivas). São as fibras nervosas dos nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema nervoso central. É composto pelos nervos espinhais e cranianos. Os nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no encéfalo.
 
Para a percepção da sensibilidade, na extremidade de cada fibra sensitiva há um dispositivo captador que é denominado receptor e uma expansão que a coloca em relação com o elemento que reage ao impulso motor, este elemento na grande maioria dos casos é uma fibra muscular podendo ser também uma célula glandular. A estes elementos dá-se o nome de efetor.
 
Portanto, o sistema nervoso periférico é constituído por fibras que ligam o sistema nervoso central ao receptor, no caso da transmissão de impulsos sensitivos; ou ao efetor, quando o impulso é motor.
 
As fibras que constituem os nervos são em geral mielínicas com neurilema. São três as bainhas conjuntivas que entram na constituição de um nervo: epineuro (envolve todo o nervo e emite septos para seu interior), perineuro (envolve os feixes de fibras nervosas), endoneuro (trama delicada de tecido conjuntivo frouxo que envolve cada fibra nervosa). As bainhas conjuntivas conferem grande resistência aos nervos sendo mais espessas nos nervos superficiais, pois estes são mais expostos aos traumatismos.
 
Durante o seu trajeto, os nervos podem se bifurcar ou se anastomosar. Nestes casos não há bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um reagrupamento de fibras que passam a constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para seguir outro.
 
Sistema Nervoso Periférico:
 
Nervos Cranianos
 
Nervos Espinhais
 
NERVOS  CRANIANOS  
 
Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido rostrocaudal.
 
As fibras motoras ou eferentes dos nervos cranianos originam-se de grupos de neurônios no encéfalo, que são seus núcleos de origem.
 
Eles estão ligados com o córtex do cérebro pelas fibras corticonucleares que se originam dos neurônios das áreas motoras do córtex, descendo principalmente na parte genicular da cápsula interna até o tronco do encéfalo.   
 
Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originam-se dos neurônios situados fora do encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos.
 
Os núcleos que dão origem a dez dos doze pares de nervos cranianos situam-se em colunas verticais no tronco do encéfalo e correspondem à substância cinzenta da medula espinhal.
 
De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em motores, sensitivos e mistos.
 
Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero-posteriores do pescoço. São eles:
 
III - Nervo Oculomotor 
IV - Nervo Troclear 
VI - Nervo Abducente 
XI - Nervo Acessório 
XII - Nervo Hipoglosso
 
Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). Os sensoriais são:
 
I - Nervo Olfatório 
II - Nervo Óptico 
VIII - Nervo Vestibulococlear
 
Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro:
 
V - Trigêmeo 
VII - Nervo Facial 
IX - Nervo Glossofaríngeo 
X - Nervo Vago
 
Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica do sistema autônomo. São os seguintes:
 
III - Nervo Oculomotor 
VII - Nervo Facial 
IX - Nervo Glossofaríngeo 
X - Nervo Vago 
XI - Nervo Acessório
 
Resumo dos Nervos Cranianos
 
A seqüência craniocaudal dos nervos cranianos é como se segue:
 
I
II
III
IV
V
VI   Olfatório
Óptico
Oculomotor
Troclear
Trigêmeo
Abducente   VII
VIII
IX
X
XI
XII   Facial
Vestíbulococlear
Glossofaríngeo
Vago
Acessório
Hipoglosso 
 
I. Nervo Olfatório
 
As fibras do nervo olfatório distribuem-se por uma área especial da mucosa nasal que recebe o nome de mucosa olfatória. Em virtude da existência de grande quantidade de fascículos individualizados que atravessam separadamente o crivo etmoidal, é que se costuma chamar de nervos olfatórios, e não simplesmente de nervo olfatório (direito e esquerdo).
 
É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo classificados como aferentes viscerais especiais. Mais informações sobre o nervo olfatório podem ser encontradas em Telencéfalo (Rinencéfalo).
 
Nervo Olfatório
 
Nervo Olfatório
 
Localização  Passagem 
   
II. Nervo Óptico
 
É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao pólo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no tracto óptico até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se como aferentes somáticas especiais.
 
Nervo Óptico
 
Localização  Passagem 
   
III. Nervo Oculomotor 
IV. Nervo Troclear 
VI. Nervo Abducente
 
São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior, oblíquo inferior. Todos estes músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras que inervam os músculos extrínsecos do olho são classificadas como eferentes somáticas.
 
O nervo oculomotor nasce no sulco medial do pedúnculo cerebral; o nervo troclear logo abaixo do colículo inferior; e o nervo abducente no sulco pontino inferior, próximo à linha mediana.
 
Os três nervos em apreço se aproximam, ainda no interior do crânio, para atravessar a fissura orbital superior e atingir a cavidade orbital, indo se distribuir aos músculos extrínsecos do olho.
 
O nervo oculomotor conduz ainda fibras vegetativas, que vão à musculatura intrínseca do olho, a qual movimenta a íris e a lente.
 
Nervo Oculomotor, Troclear e Abducente
 
Localização
Nervo Oculomotor  Passagem
Nervo Oculomotor 
   
Localização
Nervo Troclear  Passagem
Nervo Troclear 
   
Localização
Nervo Abducente  Passagem
Nervo Abducente 
   
V. Nervo Trigêmeo
 
O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigemial, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigatórios. O problema médico mais freqüentemente observado em relação ao trigêmeo é a nevralgia, que se manifesta por crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo.
 
1. Nervo oftálmico: atravessa a fissura orbital superior (juntamente com o III, IV, VI pares cranianos e a veia oftálmica) e ao chegar à órbita fornece três ramos terminais, que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.
 
O nervo oftálmico é responsável pela sensibilidade da cavidade orbital e seu conteúdo, enquanto o nervo óptico é sensorial (visão).
 
2. Nervo maxilar: é o segundo ramo do nervo trigêmeo. Ele cruza a fossa pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para introduzir-se na fissura orbital inferior e penetrar na cavidade orbital, momento em que passa a se chamar nervo infra-orbital.
 
O nervo infra-orbital continua a mesma direção para frente transitando pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e forame infra-orbital e através desse último se exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a pálpebra inferior (n. palpebral inferior), nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial superior).
 
O nervo infra-orbital (ramo terminal do nervo maxilar) fornece como ramos colaterais o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, que se dirigem para baixo.
 
Nas proximidades dos ápices das raízes dos dentes superiores, os três nervos alveolares superiores emitem ramos que se anastomosam abundantemente, para constituírem o plexo dental superior.
 
3. Nervo mandibular: é o terceiro ramo do nervo trigêmeo. Ele atravessa o crânio pelo forame oval e logo abaixo deste se ramifica num verdadeiro ramalhete, sendo que os dois ramos principais, são o nervo lingual e alveolar inferior.
 
O nervo lingual dirige-se para a língua, concedendo sensibilidade geral aos seus dois terços anteriores.
 
O nervo alveolar inferior penetra no forame da mandíbula e percorre o interior do osso pelo canal da mandíbula até o dente incisivo central.
 
Aproximadamente na altura do segundo pré-molar, o nervo alveolar inferior emite um ramo colateral, que é o nervo mental (nervo mentoniano), o qual emerge pelo forame de mesmo nome, para fornecer sensibilidade geral às partes moles do mento.
 
Dentro do canal da mandíbula, o nervo alveolar inferior se ramifica, porém seus ramos se anastomosam desordenadamente para constituir o plexo dental inferior, do qual partem os ramos dentais inferiores que vão aos dentes inferiores.
 
A parte motora do nervo mandibular inerva os músculos mastigatórios (temporal, masseter e pterigóideo medial e lateral), com nervos que tem o mesmo nome dos músculos.
 
Nervo Trigêmeo - Ramos Oftalmico e Maxilar
 
Nervo Trigêmeo - Ramo Mandibular
 
Localização  Passagem 
   
VII. Nervo Facial
 
É também um nervo misto, apresentando uma raiz motora e outra sensorial gustatória. Ele emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio. Juntamente com o nervo vestíbulo-coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno, no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, formando-se assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial.
 
A raiz motora é representada pelo nervo facial propriamente dito, enquanto a sensorial recebe o nome de nervo intermédio.
 
Ambos têm origem aparente no sulco pontino inferior e se dirigem paralelamente ao meato acústico interno onde penetram juntamente com o nervo vestibulococlear.
 
No interior do meato acústico interno, os dois nervos (facial e intermédio) penetram num canal próprio escavado na parte petrosa do osso temporal, que é o canal facial.
 
As fibras motoras atravessam a glândula parótida atingindo a face, onde dão dois ramos iniciais: o temporo facial e cérvico facial, os quais se ramificam em leque para inervar todos os músculos cutâneos da cabeça e do pescoço.
 
Algumas fibras motoras vão ao músculo estilo-hióideo e ao ventre posterior do digástrico.
 
As fibras sensoriais (gustatórias) seguem um ramo do nervo facial que é a corda do tímpano, que vai se juntar ao nervo lingual (ramo mandibular, terceiro ramo do trigêmeo), tomando-se como vetor para distribuir-se nos dois terços anteriores da língua.
 
O nervo facial apresenta ainda fibras vegetativas (parassimpáticas) que se utilizam do nervo intermédio e depois seguem pelo nervo petroso maior ou pela corda do tímpano (ambos ramos do nervo facial) para inervar as glândulas lacrimais, nasais e salivares (glândula sublingual e submandibular).
 
Em síntese, o nervo facial dá inervação motora para todos os músculos cutâneos da cabeça e pescoço (músculo estilo-hióideo e ventre posterior do digástrico).
 
Nervo Facial
 
Localização  Passagem
 
VIII. Nervo Vestibulococlear
 
Costituído por dois grupos de fibras perfeitamente individualizadas que formam, respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo. Ocupa juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal.
 
A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio.
 
A parte coclear é constituída de fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição.
 
As fibras do nervo vestíbulo-coclear classificam-se como aferentes somáticas especiais.
 
Nervo Vestibulococlear
 
Localização  Passagem 
   
IX. Nervo Glossofaríngeo
 
É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior e inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio óptico. Desse gânglio, saem fibras nervosas do nervo aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida.
 
Nervo Glossofaringeo
 
Localização  Passagem 
   
X. Nervo Vago
 
O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o gânglio inferior, situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório.
 
Fibras aferentes viscerais gerais: conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traquéia, esôfago, vísceras do tórax e abdome.
 
Fibras eferentes viscerais gerais: são responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais.
 
Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe.
 
As fibras eferentes do vago se originam em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas nos gânglios superior e inferior.
 
Nervo Vago
 
Localização  Passagem 
   
XI. Nervo Acessório
 
Formado por uma raiz craniana e uma espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula, constituindo um tronco que penetra no crânio pelo forame magno. A este tronco unem-se filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo.
 
O tronco divide-se em um ramo interno e um externo. O interno une-se ao vago e distribui-se com ele, e o externo inerva os músculos trapézio e esternocleidomastóideo.
 
As fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são:
 
Fibras eferentes viscerais especiais, que inervam os músculos da laringe;
 
Fibras eferentes viscerais gerais, que inervam vísceras torácicas.
 
Nervo Acessório
 
Localização  Passagem 
   
XII. Nervo Hipoglosso
 
Nervo essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Este, emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, e dirige-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (está relacionado com a motricidade da mesma). Suas fibras são consideradas eferentes somáticas.
 
 
 
 
 
NERVOS  ESPINHAIS  
 
São aqueles que fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros superiores e partes da cabeça. São ao todo 31 pares, 33 se contados os dois pares de nervos coccígeos vestigiais, que correspondem aos 31 segmentos medulares existentes. São 8 pares de nervos cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
 
Relação das Raízes Nervosas com as Vértebras
 
Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral (motora), as quais se ligam, respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula através de filamentos radiculares.
 
A raiz ventral emerge da superfície ventral da medula espinhal como diversas radículas ou filamentos que em geral se combinam para formar dois feixes próximo ao forame intervertebral.
 
A raiz dorsal é maior que a raiz ventral em tamanho e número de radículas; estas prendem-se ao longo do sulco lateral posterior da medula espinhal e unem-se para formar dois feixes que penetram no gânglio espinhal.
 
As raízes ventral e dorsal unem-se imediatamente além do gânglio espinhal para formar o nervo espinhal, que então emerge através do forame interespinhal.
 
O gânglio espinhal é um conjunto de células nervosas na raiz dorsal do nervo espinhal. Tem forma oval e tamanho proporcional à raiz dorsal na qual se situa. Está próximo ao forame intervertebral.
 
Formação do Nervo Espinhal - Raízes Ventral e Dorsal
 
O nervo espinhal separa-se em duas divisões primárias, dorsal e ventral, imediatamente após a junção das duas raízes.
 
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais
 
Os ramos dorsais dos nervos espinhais, geralmente menores do que os ventrais e direcionados posteriormente, se dividem (exceto para o primeiro cervical, quarto e quinto sacrais e o coccígeo) em ramos medial e lateral para inervarem os músculos e a pele das regiões posteriores do pescoço e do tronco.
 
Ramos dorsais dos nervos espinhias cervicais
 
O primeiro ramo dorsal cervical chamado nervo suboccipital emerge superior ao arco posterior do atlas e inferior à artéria vertebral. Ele penetra no trígono suboccipital inervando os músculos retos posteriores maior e menor da cabeça, oblíquos superior e inferior e o semi-espinhal da cabeça.
 
O segundo ramo dorsal cervical e todos os outros ramos dorsais cervicais emergem entre o arco posterior do atlas e a lâmina do axis, abaixo do músculo oblíquo inferior por ele inervado, recebendo uma conexão proveniente do ramo dorsal do primeiro cervical, e se divide em um grande ramo medial e um pequeno ramo lateral. O ramo medial é denominado nervo occipital maior, que junto com o nervo occipital menor, inervam a pele do couro cabeludo até o vértice do crânio. Ele inerva o músculo semi-espinhal da cabeça. O ramo lateral inerva os músculos esplênio, longuíssimo da cabeça e semi-espinhal da cabeça.
 
O terceiro ramo dorsal cervical divide-se em ramos medial e lateral. Seu ramo medial corre entre os músculos espinhal da cabeça e semi–espinhal do pescoço, perfurando o músculo esplênio e o músculo trapézio para terminar na pele. Profundamente ao músculo trapézio, ele dá origem a um ramo, o terceiro nervo occipital, que perfura o músculo trapézio para terminar na pele da parte inferior da região occipital, medial ao nervo occipital maior. O ramo lateral freqüentemente se une àquele do segundo ramo dorsal cervical.
 
Os ramos dorsais dos cinco nervos cervicais inferiores dividem-se em ramos medial e lateral. Os ramos mediais do quarto e do quinto corrrem entre os músculos semi-espinhal do pescoço e semi-espinhal da cabeça, alcançam processos espinhosos das vértebras e perfuram o músculo esplênio e o músculo trapézio para terminarem na pele. O ramo medial do quinto pode não alcançar a pele. Os ramos mediais dos três nervos cervicais inferiores são pequenos e terminam nos músculos semi-espinhal do pescoço, semi-espinhal da cabeça, multífido e interespinhais. Os ramos laterais inervam os músculos iliocostal do pescoço, longuíssimo do pescoço e longuíssimo da cabeça.
 
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais
 
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais
 
Ramos dorsais dos nervos espinhais torácicos
 
Dividem-se em ramos medial e lateral. Cada ramo medial corre entre a articulação e as margens mediais do ligamento costo-transversário superior e o músculo intertransversal, enquanto que cada ramo lateral corre no intervalo entre o ligamento e o músculo intertransversal antes de se inclinar posteriormente sobre o lado medial do músculo levantador da costela.
 
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Torácicos
 
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Torácicos
 
Ramos dorsais dos nervos espinhais lombares
 
Os ramos dorsais dos nervos lombares passam para trás mediais aos músculos intertransversários, dividindo-se em ramos medial e lateral. Os ramos mediais correm próximo dos processos articulares das vértebras para terminarem no músculo multífido; eles estão relacionados com o osso entre os processos acessórios e mamilares e podem sulcá-lo. Além disto os três superiores dão origem aos nervos cutâneos que perfuram a aponeurose do músculo latíssimo do dorso na margem lateral do músculo eretor da espinha e cruzam o músculo ilíaco, posteriormente, para alcançarem a pele da região glútea.
 
Ramo Dorsal de um Nervo Espinhal Lombar
 
Ramos dorsais dos nervos espinhais sacrais
 
Os três superiores são cobertos na saída pelo músculo multífido, dividindo-se em ramos medial e lateral. Os ramos mediais são pequenos e terminam no músculo multífido. Os ramos laterais se unem e com os ramos laterais do último lombar e ramos dorsais do quarto nervo sacral, formam alças dorsais ao sacro; destas alças ramos correm dorsalmente para o ligamento sacrotuberal para formarem uma segunda série de alças sob o músculo glúteo máximo; destes,dois ou três ramos glúteos perfuram o músculo glúteo máximo para inervar a pele da região glútea.
 
Ramos Ventrais dos Nervos Espinhais
 
Os ramos ventrais dos nervos espinhais inervam os membros e as faces ântero-laterais do tronco. O cervical, lombar e sacral unem-se perto de suas origens para formar plexos.
 
Plexos da Coluna Vertebral 
Plexo Cervical
Plexo Braquial
Nervos Torácicos
Plexo Lombar
Plexo Sacral
Plexo Coccígeo 
 
 
PLEXOS NERVOSOS
 
PLEXO  CERVICAL  
 
Formado pelos ramos ventrais dos quatro nervos cervicais superiores, inerva alguns músculos do pescoço, o diafragma e áreas da pele na cabeça, pescoço e tórax.
 
Cada ramo ventral anastomosa-se com o subsequente formando três alças de convexidade lateral (C1 com C2, C2 com C3 e C3 com C4). Dessas três alças derivam ramos que constituem as duas partes do plexo cervical (superficial e profunda).
 
A parte superficial é constituída por fibras essencialmente sensitivas, que formam um feixe que aparece ao nível do meio da borda posterior do músculo esternocleidomastóideo, ponto em que os filetes se espalham em leque para a pele na região circunvizinha, ao pavilhão da orelha, à pele do pescoço e à região próxima à clavícula.
 
A parte profunda do plexo é constituída por fibras motoras, destinando-se à musculatura ântero-lateral do pescoço e ao diafragma. Para isso, além de ramos que saem isoladamente das três alças, encontramos duas formações importantes que são a alça cervical e o nervo frênico.
 
A alça cervical é formada por duas raízes, uma superior e outra inferior. A raiz superior da alça cervical atinge o nervo hipoglosso quando este desce no pescoço. A raiz inferior desce alguns centímetros lateralmente à veia jugular interna, fazendo depois uma curva para frente, anastomosando-se com a raiz superior.
 
A alça cervical emite ramos que inervam todos os músculos infra-hióideos.
 
O nervo frênico, formado por fibras motoras que derivam de C3, C4 e C5, desce por diante do músculo escaleno anterior, passa junto ao pericárdio, para se distribuir no diafragma.
 
Cada ramo, exceto o primeiro, divide-se em partes ascendente e descendente que se unem em alças comunicantes. Da primeira alça (C2 e C3), originam-se ramos superficiais que inervam a cabeça e o pescoço; da segunda alça (C3 e C4) originam-se os nervos cutâneos do ombro e do tórax. Os ramos são superficiais ou profundos; os superficiais perfuram a fáscia cervical para inervar a pele, enquanto que os ramos profundos inervam os músculos.
 
Os ramos superficiais formam grupos ascendentes e descendentes e as séries profundas mediais e laterais.
 
Superficiais Ascendentes:
 
Nervo Occipital Menor (C2) - inerva a pele da região posterior ao pavilhão da orelha;
 
Nervo Occipital Menor
 
Nervo Auricular Magno (C2 e C3) - seu ramo anterior inerva a pele da face sobre glândula parótida comunicando-se com o nervo facial; o ramo posterior inerva a pele sobre o processo mastóideo e sobre o dorso do pavilhão da orelha;
 
Nervo Transverso do Pescoço (C2 e C3) - seus ramos ascendentes sobem para a região submandibular formando um plexo com o ramo cervical do nervo facial abaixo do platisma; os ramos descendentes perfuram o platisma e são distribuídos ântero-lateralmente para a pele do pescoço, até a parte inferior do esterno.
 
Superficiais Descendentes:
 
Nervos Supraclaviculares Mediais (C3 e C4) - inervam a pele até a linha mediana, parte inferior da segunda costela e a articulação esternoclavicular;
 
Nervos Supraclaviculares Intermédios - inervam a pele sobre os músculos peitoral maior e deltóide ao longo do nível da segunda costela;
 
Nervos Supraclaviculares Laterais - inervam a pele das partes superiores e posteriores do ombro.
 
Ramos Profundos - Séries Mediais:
 
Ramos comunicantes com o hipoglosso, vago e simpático; os ramos musculares inervam os músculos reto lateral da cabeça (C1), reto anterior da cabeça (C1 e C2), longo da cabeça (C1, C2 e C3), longo do pescoço (C2-C4), raiz inferior da alça cervical (C2-C3), músculos infra-hióideos (com exceção do tíreo-hióideo) e nervo frênico (C3-C5), que inerva o diafragma.
 
Nervo Frênico
 
Ramos Profundos - Séries Laterais:
 
Os ramos profundos laterais do plexo cervical comunicam-se com as raízes espinhais do nervo acessório (C2,C3,C4) no músculo esternocleidomastóideo, trígono posterior do pescoço e parte posterior do trapézio; os ramos musculares são distribuídos para o músculo esternocleidomastóideo (C2,C3,C4) e para os músculos trapézio (C2,C3), levantador da escápula (C3,C4) e escaleno médio (C3,C4).
 
 
 
 
PLEXO  BRAQUIAL  
 
O membro superior é inervado pelo plexo braquial situado no pescoço e na axila, formado por ramos anteriores dos quatro nervos espinhais cervicais inferiores (C5,C6,C7,C8) e do primeiro torácico (T1). O plexo braquial tem localização lateral à coluna cervical e situa-se entre os músculos escalenos anterior e médio, posterior e lateralmente ao músculo esternocleidomastóideo.
 
O plexo passa posteriormente à clavícula e acompanha a artéria axilar sob o músculo peitoral maior. 
 
Os ramos ventrais do quinto e do sexto nervos cervicais (C5-C6) formam o tronco superior; o ramo anterior do sétimo nervo cervical(C7) forma o tronco médio; e os ramos anteriores do oitavo nervo cervical e do primeiro nervo torácico (C8-T1) formam o tronco inferior.
 
Os três troncos, localizados na fossa supraclavicular, dividem-se em dois ramos, um anterior e um posterior, que formam os fascículos, situados em torno da artéria axilar. Os ramos anteriores dos troncos superior e médio formam o fascículo lateral; o ramo anterior do tronco inferior forma o fascículo medial; e os ramos posteriores dos três troncos formam o fascículo posterior. Na borda inferior e lateral do músculo peitoral menor, os fascículos se subdividem nos ramos terminais do plexo braquial.
 
Plexo Braquial
 
Os ramos do plexo braquial podem ser descritos como supra-claviculares e infra-claviculares.
 
Ramos Supra-claviculares:
 
Nervos para os Músculos Escalenos e Longo do Pescoço - originam-se dos ramos ventrais dos nervos cervicais inferiores (C5,C6,C7 e C8), próximo de sua saída dos forames intervertebrais.
 
Nervo Frênico - anteriormente ao músculo escaleno anterior, o nervo frênico associa-se com um ramo proveniente do quinto nervo cervical (C5). Mais detalhes do nervo frênico em Plexo Cervical.
 
Nervo Dorsal da Escápula - proveniente do ramo ventral de C5, inerva o levantador da escápula e o músculo rombóide.
 
Nervo Torácico Longo - é formado pelos ramos de C5, C6 e c7 e inerva o músculo serrátil anterior.
 
Nervo do Músculo Subclávio - origina-se próximo à junção dos ramos ventrais do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6) e geralmente comunica-se com o nervo frênico e inerva o músculo subclávio.
 
Nervo Supra-escapular - originado do tronco superior (C5 e C6), inerva os músculos supra-espinhoso e infra-espinhoso.
 
Nervos Supra-escapular, Axilar, Toracodorsal e Subscapular
 
Ramos Infra-claviculares:
 
Estes se ramificam a partir dos fascículos, mas suas fibras podem ser seguidas para trás até os nervos espinhais.
 
Do fascículo lateral saem os seguintes nervos:
 
Peitoral Lateral - proveniente dos ramos do quinto ao sétimo nervos cervicais (C5, C6 e C7). Inerva a face profunda do músculo peitoral maior;
 
Nervo Musculocutâneo - derivado dos ramos ventrais do quinto ao sétimo nervos cervicais (C5, C6 e C7). Inerva os músculos braquial anterior, bíceps braquial e coracobraquial;
 
Nervo Musculocutâneo
 
Raiz Lateral do Nervo Mediano - derivado dos ramos ventrais do quinto ao sétimo nervos cervicais (C5, C6 e C7). Inerva os músculos da região anterior do antebraço e curtos do polegar, assim como a pele do lado lateral da mão.
 
Nervo Mediano
 
Do fascículo medial saem os seguintes nervos:
 
Peitoral Medial - derivado dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva os músculos peitorais maior e menor;
 
Nervo Cutâneo Medial do Antebraço - derivado dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva a pele sobre o bíceps até perto do cotovelo e dirige-se em direção ao lado ulnar do antebraço até o pulso;
 
Nervo Cutâneo Medial do Braço - que se origina dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8,T1). Inerva a parte medial do braço;
 
Nervo Ulnar - originado dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva os músculos flexor ulnar do carpo, metade ulnar do flexor profundo dos dedos, adutor do polegar e parte profunda do flexor curto do polegar. Inerva também os músculos da região hipotenar, terceiro e quarto lumbricais e todos interósseos;
 
Nervo Ulnar
 
Raiz Medial do Nervo Mediano - originada dos ramos ventrais do oitavo nervo cervical e primeiro nervo torácico (C8 e T1). Inerva os músculos da região anterior do antebraço e curtos do polegar, assim como a pele do lado lateral da mão.
 
Do fascículo posterior saem os seguintes nervos:
 
Subescapular Superior - originado dos ramos do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6). Inerva o músculo subscapular;
 
Nervo Toracodorsal - originado dos ramos do sexto ao oitavo nervos cervicais (C6, C7 e C8). Inerva o músculo latíssimo do dorso;
 
Nervo Subescapular inferior - originado dos ramos do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6). Inerva os músculos subscapular e redondo maior;
 
Nervo Axilar - originado dos ramos do quinto e sexto nervos cervicais (C5 e C6). Inerva os músculos deltóide e redondo menor;
 
Nervo Axilar
 
Nervo Radial - originado dos ramos do quinto ao oitavo nervos cervicais e primeiro nervo torácico (C5, C6, C7, C8 e T1). Inerva os músculos tríceps braquial, braquiorradial, extensor radial longo e curto do carpo, supinador e todos músculos da região posterior do antebraço.
 
Nervo Radial - Braço
 
Nervo Radial - Antebraço
 
 
 
NERVOS  TORÁCICOS  
 
Ramos Ventrais dos Nervos Torácicos
 
Existem 12 pares de ramos ventrais dos nervos torácicos, os quais não constituem plexos. Quase todos os 12 estão situados entre as costelas (nervos intercostais), com o décimo segundo situando-se abaixo da última costela (nervo subcostal). Os nervos intercostais são distribuídos para as paredes do tórax e do abdome. Os ramos comunicantes unem os nervos intercostais posteriormente, nos espaços intercostais.
 
A maioria das fibras do ramo ventral de T1 entra na constituição do plexo braquial, mas as restantes formam o primeiro nervo intercostal. O ramo ventral de T2 envia um ramo anastomótico ao plexo braquial, entretanto, a maior parte de suas fibras constitui o segundo nervo intercostal.
 
O último ramo ventral dos nervos torácicos (T12) recebe o nome de nervo subcostal por situar-se abaixo da 12ª costela.
 
Os nervos intercostais correm pela face interna, junto à borda inferior da costela correspondente, ocupando o sulco costal, paralelamente e abaixo da veia e artéria intercostais.
 
As fibras sensitivas dispersam-se pela região lateral e anterior do tórax, denominando-se, respectivamente, ramo cutâneo lateral e ramo cutâneo anterior.
 
Do 7º ao 12º ramos torácicos, anteriormente, abandonam as costelas para invadir o abdome, inervando assim, os músculos e a cútis até um plano que medeie o umbigo e sínfise púbica.
 
O nervo subcostal (T12) dá um ramo anastomótico para o plexo lombar, e por outro lado, algumas de suas fibras sensitivas vão até a região glútea e face lateral da coxa.
 
Nervos da Parede Abdominal Anterior
 
Nervo Espinhal Torácico Típico
 
 
 
PLEXO  LOMBAR 
 
Este plexo está situado na parte posterior do músculo psoas maior, anteriormente aos processos transversos das vértebras lombares. É formado pelos ramos ventrais dos três primeiros nervos lombares e pela maior parte do quarto nervo lombar (L1, L2, L3 e L4) e um ramo anastomótico de T12, dando um ramo ao plexo sacral.
 
L1 recebe o ramo anastomótico de T12 e depois fornece três ramos que são o nervo ìlio-hipogástrico, o nervo ílio-inguinal e a raiz superior do nervo genitofemoral.
 
L2 se trifurca dando a raiz inferior do nervo genitofemoral, a raiz superior do nervo cutâneo lateral da coxa e a raiz superior do nervo femoral.   
 
L3 concede a raiz inferior do nervo cutâneo lateral da coxa, a raiz média do nervo femoral e a raiz superior do nervo obturatório.
 
L4 fornece o ramo anastomótico a L5 e em seguida se bifurca dando a raiz inferior do nervo femoral e a raiz inferior do nervo obturatório.
 
Plexo Lombar
 
 
Plexo Lombar
 
Nervo Obturatório
 
Nervo Femoral e Cutâneo Lateral da Coxa
 
 
 
PLEXO  SACRAL  
 
Ramos Ventrais dos Nervos Sacrais e Coccígeos
 
Os ramos ventrais dos nervos espinhais sacrais e coccígeos formam os plexos sacral e

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